BLOG DO JOSIAS DE SOUZA/FOLHA ONLINE
A cúpula do PT quer cancelar a eleição prévia para a escolha do candidato da legenda em São Paulo. Marcada para 27 de novembro, a disputa pode não ocorrer.
Antes, trabalhava-se para retirar do páreo a senadora Marta Suplicy. Alcançado o objetivo, trama-se agora a saída de cena de outros três pré-candidatos.
O senador Eduardo Suplicy e os deputados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto já não são vistos como postulantes à vaga de candidato. Viraram estorvos.
Em nome da “unidade”, o petismo deseja que a tróica abdique de suas pretensões, para que a legenda possa ungir o ministro Fernando Haddad (Educação).
Alega-se que a prévia perdeu a serventia. Por quê? Preferido de Lula, Haddad já dispunha de maioria para prevalecer contra Marta. Sem ela, tornou-se imbatível.
Por essa visão, manter a prévia no calendário equivaleria a prolongar uma disputa que, por inexistente, não serviria senão para desperdiçar tempo e desgastar a legenda.
Avalia-se que Zarattini, Tatto e Suplicy são, hoje, candidatos de si mesmos. A direção da legenda espera que acomodem o interesse partidário acima da vontade pessoal.
O problema é que, por ora, nenhum deles se deu por achado. Imagina-se que a ficha lhes cairá no instante em que os partidários de Marta migrarem para Haddad.
A prevalecer a vontade da cúpula, o ‘dedaço’ de Lula converterá a propalada democracia interna do PT em pantomima.