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Em entrevista coletiva realizada na tarde desta sexta-feira (25), o ex-comandante geral da Polícia Militar do
Paraná (PMPR), Marcos Teodoro Scheremeta, explicou os motivos que o levaram a ser afastado do comando da PM.
Durante aproximadamente 45 minutos de conversa, ele chegou a chorar ao se lembrar da forma como a notícia circulou, atingindo inclusive a sua familia.
No início da semana, o secretário estadual de Segurança Pública, Reinaldo de Almeida Cesar, teria comunicado a troca de comando na PM pelo coronel Roberson Luiz Bondaruk, mas pedido sigilo para o substituído Marcos Scheremeta.
“Não contei para ninguém, mas quando vazou na imprensa, minha filha me ligou querendo saber o que tinha acontecido”, disse.
O principal fator alegado pelo coronel para sua saída foi o desgaste no relacionamento com o secretário.
“Ao longo do tempo vários fatos desgastaram o meu relacionamento com o Reinaldo, principalmente problemas de ordem particular. Quando você passa a se relacionar de maneira que não deveria com seu chefe, deve colocar seu cargo à disposição”, disse.
Um dos fatos citados diz respeito à nomeação de Carlos Scheremeta, irmão do ex-comandante, como corregedor da Polícia Militar.
O secretário não teria ficado satisfeito e pediu para que ele fosse exonerado. No entanto, Marcos Scheremeta, que não aceitou a exoneração, afastou a possibilidade de ter guardado rancor do responsável pela pasta.
“Quero dizer de antemão que não saio brigado. Saio tranquilamente. Ele tem personalidade tão forte quanto a minha em termos de posições e, pelo seu cargo, precisa ser respeitado. Na minha posição de comandante também preciso ser respeitado”, explicou.
O ex-comandante admitiu que o cargo que ocupa está vinculado a decisões políticas. Um dos fatores que provocou seu desligamento foi a polêmica com relação ao uso do Hospital da Polícia Militar por servidores públicos estaduais.
Ele disse entender que o local cumpra sua função social, mas reclamou de não ter sido consultado sobre as mudanças no atendimento.
“Foi feito de uma maneira que eu considerei errada. A abertura nunca foi tratada anteriormente. Como que eu, como comandante da PM, não fui consultado sobre isso?”, questionou, afirmando que o governador Beto Richa entendeu a sua decisão.
Jogo do Bicho
Durante a entrevista, Marcos Scheremeta contou que existem boatos de que o programa Fantástico, veiculado aos domingos pela Rede Globo, exibirá uma matéria que o relaciona ao jogo do bicho.
“Eu conheço bicheiros, meu pai trabalhava em lotérica, mas há muitos anos eu e meu irmão o tiramos deste ramo. Converso com eles (bicheiros) por telefone, mas não tenho envolvimento”, se defendeu.