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Cardeais que participam das reuniões preparatórias para o conclave exigem receber informações sobre um relatório secreto sobre os desmandos na sede da Igreja.
O documento foi encomendado pelo papa emérito Bento XVI a três cardeais de sua confiança depois do escândalo do vazamento de documentos pontifícios, que foi apelidado de Vatileaks.
Inicialmente ficou decidido que o resultado da investigação paralela será entregue apenas ao futuro papa, não aos cardeais.
No entanto, uma fonte que participa das reuniões preparatórias (realizadas a portas fechadas), afirmou à agência Reuters que o relatório foi tema das discussões desta segunda-feira
.Não se sabe se o pedido para ter acesso ao documento foi apresentado formalmente ou apenas em conversas informais.
O documento elaborado pelos cardeais Julián Herranz Casado, Jozef Tomko e Salvatore De Giorgi traz informações sobre chantagem contra altos integrantes da Cúria, a administração central do Vaticano, e transações ilícitas no Banco do Vaticano.
“Eles querem ser informados sobre o relatório”, disse o cardeal, que falou sob a condição de anonimato.
“Mas é um relatório longuíssimo, e, tecnicamente, secreto”.
Em uma entrevista coletiva nesta segunda, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, deu uma resposta evasiva ao ser questionado sobre o tema.
“Certamente, pode haver vários membros do Colégio de Cardeais que querem informações que eles acreditam que possam ser úteis ou pertinentes à situação da Cúria”.
A primeira congregação de cardeais preparatória contou com a presença de aproximadamente 150 cardeais, dos 207 que compõem o Colégio Cardinalício.
Todos podem participar dos encontros preparatórios, mas apenas os que têm menos de 80 anos podem votar no conclave – que ainda não tem data definida para começar.