
“A alta repentina nos preços impacta negativamente nos destinos turísticos, como Foz do Iguaçu, por exemplo”, lembra João Arruda
As ações do deputado federal João Arruda (PMDB-PR), frente aos constantes aumentos das tarifas aéreas, começam a surtir efeito.
Na última quinta-feira, 16, a Embratur adiantou que está propondo um teto às tarifas aéreas, para evitar os aumentos no país.
O tema também será discutido em audiência pública, ainda neste semestre, na Comissão de Turismo e Deporto (CTD) da Câmara dos Deputados.
Para João Arruda, a iniciativa da Embratur é o primeiro passo para regulamentar o valor das passagens aéreas no país.
“É necessário encontrar um equilíbrio de forma a não prejudicar mais os consumidores. A alta repentina nos preços impacta negativamente nos destinos turísticos, como Foz do Iguaçu, por exemplo”, frisou.
A medida da Embratur intenta impedir que as companhias aéreas elevem exageradamente os preços dos bilhetes, principalmente em épocas de maior demanda, como período de férias ou feriados prolongados.
A diferença de valores nas passagens aéreas, em mesmos horários e voos, ganhou destaque em reportagem da Gazeta do Povo nesta sexta-feira (15).
Parâmetro
A Embratur pretende estabelecer às companhias áreas um parâmetro semelhante ao que ocorre com o transporte rodoviário.
Hoje, por exemplo, uma passagem de Curitiba a São Paulo custa R$ 79,00, mesmo valor cobrado pelas duas empresas que operam o trecho em diferentes horários ou época do ano.
O mesmo não ocorre com o avião. Todos os dias, às 13h13, o voo Azul 4252 decola do Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, para Viracopos, em Campinas.
Se estiver lotado, nele estarão 100 passageiros que, provavelmente, não pagaram o mesmo valor para estar ali.
Empecilho
O presidente da Embratur, Flávio Dino, admitiu as cobranças levadas ao Congresso Nacional pelo deputado João Arruda.
As passagens estão sendo elevadas gradualmente, o que pode se tornar um empecilho para a circulação de brasileiros e estrangeiros nos próximos meses, principalmente durante a realização dos grandes eventos e vésperas de feriados.
Em 2012, a Gazeta constatou que os bilhetes para uma mesma data e trecho tinham diferenças de até 260%.
“Isso não pode acontecer, principalmente num país que quer aumentar o fluxo de turistas”, admitiu Flávio Dino.
E completou: “A liberdade tarifária só é benéfica quando há um grande número de empresas concorrentes, o que não é o caso no Brasil”, diz o presidente.
Segundo o IBGE, em novembro e dezembro de 2012, houve aumento nas passagens de 11,8% e 17,12%, respectivamente, totalizando 30,94% em dois meses.
Panorama
Os aumentos abusivos no valor dos bilhetes aéreos, lembra João Arruda, tiveram início após a compra da Webjet pela Gol, encerrando as promoções das passagens e reduzindo ainda mais a concorrência entre as empresas.
Este fato motivou o deputado apresentar requerimento já aprovado CTD, convocando uma audiência pública.
A ideia partiu de autoridades e empresários de Foz do Iguaçu, ligados ao trade turístico.
O ex-secretário de Turismo de Foz do Iguaçu, Felipe Gonzalez, promoveu um estudo no Aeroporto Internacional e constatou que a alta no preço foi decisiva para reduzir de 30 para 20 o total de voos diários que chegam à cidade.