CONTRAPONTO – RUTH BOLOGNESE
O juiz Sérgio Moro deve ser a marca mais valiosa do mercado brasileiro, praticamente um Neymar da área de educação.
Depois de deixar o ensino público como professor da UFPR, ele foi contratado pelo Centro Universitário de Curitiba, a Unicuritiba, por valor não revelado.
Agora, pode-se vê-lo no anúncio da PUC/RS, a universidade católica do Rio Grande do Sul, como “líder mais influente do mundo eleito pela Bloomberg”.
Ao lado de Moro figuram estrelas da TV, como o economista Ricardo Amorim e o comentarista do Fantástico, Max Gehringer.
Recentemente o juiz da Lava Jato foi o principal convidado de um jantar em Nova Iorque, onde brasileiros pagaram R$ 4 mil reais para entrar.
E esteve em Mônaco, a convite do rei Albert, onde assistiu ópera no camarote real.
Os juízes brasileiros, de maneira geral, são discretos e se mantêm à distância de eventos sociais e, mais ainda, de atuar como chamariz para anúncios de entidades privadas.
A exposição de Moro é inédita no Brasil, portanto.
Mas um juiz que enviou para a cadeia o maior empreiteiro do país e um ex-presidente da República, também é inédito.
Moro surfa na fama.