EFE
O governo da região autônoma do Tibete, submetido ao Partido Comunista da China, anunciou que começará a pagar previdência e despesas médicas a monges e freiras tibetanos, uma medida que ocorre no mesmo ano em que uma onda de imolações de religiosos da etnia deixou pelo menos seis mortos e cinco feridos.
Assim, os religiosos no Tibete de mais de 60 anos receberão aposentadorias de 120 yuans mensais (cerca de R$ 35) e o governo pagará as despesas médicas desses beneficiados, mas fixará um teto máximo de ajuda por este conceito de 50 mil yuans (cerca de R$ 15), informou nesta sexta-feira o jornal “South China Morning Post”.
Até agora, os monges budistas não tinham permitido pertencer ao sistema de seguridade social chinês (que atualmente cobre apenas 20% da população nacional, embora se deseje universalizar) e dependiam principalmente da caridade para sobreviver.
O anúncio ocorre em um ano de nova instabilidade social em zonas habitadas por etnias tibetanas, especialmente na província de Sichuan, ao leste do Tibete, onde houve uma dúzia de casos de imolação, das quais seis terminaram em mortes, em sua maioria monges e freiras.
Esses suicídios foram cometidos para pedir o retorno do Dalai Lama (líder religioso do budismo tibetano) ou em protesto contra o assédio que, segundo os tibetanos, atinge o mosteiro de Kirti, um dos mais sagrados para a etnia, na zona limítrofe entre eles e os chineses han, a maioria étnica do país asiático.
Segundo o jornal “South China Morning Post”, o governo comunista chinês já começou a oferecer subvenções aos monges tibetanos em 2008, depois das revoltas da etnia em Lhasa, capital tibetana, e outras zonas habitadas pela etnia, que deixaram cerca de 20 mortos.