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A redução nas tarifas de energia elétrica e a desoneração de itens da cesta básica contribuíram decisivamente para manter a popularidade de Dilma Rousseff em alta.
A aprovação ao governo registrou, neste mês, seu índice mais alto desde a posse, conforme pesquisa do Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Aqueles que consideram o governo “ótimo” ou “bom” passou de 62%, registrado em dezembro, para 63%. Os que acham a gestão Dilma “ruim” ou “péssima” permaneceu em 7%.
A aprovação à forma de governar da presidente também registrou novo recorde. Na última pesquisa, o índice dos que aprovam seus métodos foi de 78%. Agora, foi a 79%.
Também cresceu o número daqueles que confiam na presidente, que foi a 75%. O número é superior aos 74% registrados logo após sua posse, em 2011.
Todas as variações estão dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Jorge Araújo/Folhapress | ||
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Produtos de cesta básica em mercado; governo isentou impostos federais das mercadorias |
A pesquisa capta o período em que começou a valer a redução de até 20% nas contas de luz de consumidores residenciais. Usada como forma de frear o crescimento da inflação, outra medida popular do governo, e mais recente, foi a desoneração da cesta básica.
As duas medidas foram anunciadas pela própria presidente em pronunciamentos em cadeia nacional de rádio e televisão. A oposição acusou a presidente de fazer uso eleitoreiro desses pronunciamentos.
A pesquisa aponta que as notícias sobre a redução nos valores da conta de luz e da cesta básica estão entre os três fatos mais lembrados pelos entrevistados.
Só perdem para a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, e a presença da presidente no local, em solidariedade aos parentes das vítimas. O aumento do preço da gasolina, notícia negativa para o governo, foi citada por apenas 3%.
Outro dado apontado é que o maior crescimento de avaliação do governo ocorreu justamente na área de impostos. Em três meses, a aprovação das medidas do governo nessa área saltaram de 30% para 37%.
Sob acusações de antecipação do debate eleitoral, os números serão bem recebidos pelo Planalto, já que a aprovação do governo permanece em curva ascendente apesar dos números tímidos da macroeconomia, dos problemas de infraestrutura e de problemas na base de apoio, com a potencial candidatura do aliado Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, contra a reeleição de Dilma.
Roberto Stuckert Filho – 27.jan.2013/AFP | ||
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Dilma abraça parente de vítima e se emociona em visita a Santa Maria após tragédia |
ECONOMIA
Apesar dos dados decepcionantes em relação ao crescimento do PIB, que cresceu apenas 0,9% em 2012, o emprego e a renda apresentaram resultados robustos, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O nível de desemprego chegou a 5,5%, o mais baixo da história. Em relação à renda, a alta de 4,1% no ano passado representou o crescimento mais acentuado desde 2004, segundo o IBGE.
Esses dois fatores mexem muito mais com a percepção econômica da população do que os dados do PIB.
Sobre a inflação, apesar da pressão nos preços registrada nos últimos meses, a pesquisa mostra que a satisfação da população com as medidas tomadas em relação ao problema cresceu de 45% para 48% – acima da margem de erro, portanto.
O intervalo entre a última pesquisa CNI/Ibope e a divulgada nesta terça também coincide com o início de uma ofensiva publicitária do governo sobre a erradicação da miséria.
O governo anunciou ter retirado da extrema miséria todos os registrados no Cadastro Único do governo federal, que serve de base para programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.
Ou seja, todas essas famílias agora recebem mensalmente do governo pelo menos R$ 70 per capita. A erradicação da pobreza extrema foi a principal promessa de Dilma na área social.
A pesquisa CNI/Ibope foi realizada entre os dias 8 e 11 de março, com 2.002 pessoas em 143 municípios de todo país.